A FALÁCIA DA CRISE ;Por Ary Moreira Lisboa

 

O primeiro ministro britânico Benjamin  Disraeli, certa feita afirmou: “há três tipos de mentiras, as mentiras deslavadas, as comuns e as estatísticas”, No Brasil,  constantemente nos deparamos com uma delas. no momento estamos convivendo com uma verdadeira falácia, que segundo a norma culta dos dicionários é uma falsidade assentada no sentido filosófico aristotélico de um enunciado qualquer ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade num verdadeiro sofisma. Muito  se tem falado, comentado em toda a mídia, que estamos sofrendo uma crise, que alg uns afoitos se dignam a compará-la aos idos de 1929, com a famosa Depressão, que abalou o mundo e para tanto acionam o vultoso numero de desempregados, atualmente existente. Se alguém de fora do  país aqui chegar e observar com mais acuidade, verá depois de percorrer alguns locais públicos, que na verdade se trata de verdadeira falácia. Tanto aqui em Aracaju, como em Salvador ou outro  grande centro qualquer, e até nas pequenas cidades interioranas a situação é a mesma. Todos os bares restaurantes estão repletos, com estacionamentos lotados de carros, das mais variadas marcas, todos novos. Alguns desses estacionamentos sequer vagas têm, mesmo aquelas destinadas a idosos e deficientes. Na  semana passada fui ao teatro Tobias Barreto para ver a exibição da Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a batuta do famoso maest ro Guilherme Mannis. Surpresa, apesar de ter chegado com uma hora de antecedência já não encontrei ingressos, pois os mesmos se encontravam esgotados, segundo a informação da  portaria, fato repetido no teatro Atheneu, dias antes, onde a mesma Orquestra havia se apresentado. Em ambas as Salas  de espetáculo, o estacionamento estava congestionado. Em Salvador, no mês de agosto onde estive,  aconteceu o mesmo,  onde o Teatro Castro Alves estava completamente lotado, para a apresentação da BOSTON PHILHARMONIC YOUTH ORCHESTRA. Sendo  que este é bem maior, porém com um senão bastante humilhante , para um Teatro do porte do Castro Alves. Enquanto aqui em Aracaju as duas casas de   espetáculo são bem ilustradas em suas poltronas com fileiras iluminadas  alpha/numéricas cujas letras facilitam a localização dos assentos, no Castro Alves os espectadores precisam fazer verdadeiros exercícios genuflexos  com sérios riscos de se contundirem ao se abaixarem para tentar vislumbrar as letras postadas nos rodapés das fileiras. Aos idosos então, nem se fala, sem  excluir os deficientes. Ora, tanto nas casas de divertimentos como naquelas de lazer não se encontra vagas, com todas as mesas ocupadas,  onde se tem que fazer reservas. Pergunta-se:  onde a crise? Se tanta gente acha tempo para se divertir, comendo e bebendo, transitando em carros de último modelo e marcas diversas,  certamente, gozam de um status acima dos desvalidos e daqueles desempregados que tanto se apregoa. Ora,  é evidente, que a crise é imaginária, no sentido ari stotélico, ou talvez mais além daquela apregoada pelo general de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Adolf  Hitler, que afirmava: “uma mentira  repetida mil vezes torna-se verdade”. Qualquer espelunca, por mais pobre e simples que seja, sempre estará dotada de um maquininha para receber o pagamento. Se tem a maquininha  é óbvio que tem conta bancária, caso contrário, a maquininha  seria dispensável. Além dela, um belo e caro celular se faz acompanhar, onde as mais diversas informações são capturadas. Francelino Pereira, nordestino de Angical,  no Piaui,  governador  do estado de Minas Gerais, certa feita, quando era Presidente da ARENA, cognominado, à época, como  o maior Partido político das Américas, es tarrecido com os desmandos no  Brasil, perguntou: “QUE PAIS É ESTE?”. Agora permitam-me  parafraseá-lo: “QUE CRISE É ESTA?”, onde todos se divertem, bebem transitam em carros caros viajam de avião, com passagem compradas com antecedência, congestionando os aeroportos, fazem excursões ao exterior, acompanham festejos, tipo copa do mundo de futebol na Russia, usam celulares caros e mais modernos?

Outro mineiro de Diamantina, Juscelino Kubitschek,  então presidente do Brasil, ao ouvir que o Brasil estava á beira do abismo, respondeu: “Não se preocupem o Brasil è maior do que o abismo”.

“Cave! tu nisi ventis debes ludibrium”.  Horatio. (Cuidado! Não sejas ludibrio dos ventos).

Por: Ary Moreira Lisboa advogado

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