Cadeirante morre baleado ao reagir a assalto em ônibus do DF

Testemunhas que passavam na BR-020 ouviram barulho de dois tiros. Polícia procura um suspeito

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De acordo com o delegado Hudson Maldonado, da 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho), a vítima tentou segurar o criminoso, momento em que foi baleada. “Infelizmente, confirmada a morte”, destacou o policial. Ele disse que o passageiro morto se chama Marcílio Pereira da Silva Neto, 57 anos.

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam que, somente nos primeiros nove meses de 2019, foram registrados 1.209 roubos a transporte coletivo no Distrito Federal. A média é superior a quatro assaltos por dia. Na semana passada, um motorista que trabalhava na região do Sol Nascente, em Ceilândia, levou um tiro no rosto durante um roubo em plena luz do dia.

As câmeras de segurança do ônibus flagraram o momento em que Elson Ferreira, 29, foi baleado no dia 23 de outubro. Os bandidos entram no veículo no coletivo e logo atiram contra a vítima. Na imagem, é possível ver o clarão provocado pelo disparo. Segundos depois, o condutor perde o controle do veículo e bate em um muro de uma chácara, localizada no Sol Nascente, em Ceilândia. Três suspeitos foram presos, incluindo um adolescente de 15 anos e o irmão dele.

Medo em Samambaia

Um dos pontos mais críticos é Samambaia. Reportagem publicada pelo Metrópoles nesta terça-feira mostra que, de janeiro a outubro de 2019, 254 ocorrências de roubo a coletivo foram registradas na área norte da região administrativa, ou seja, 20% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Motoristas e cobradores ouvidos pela reportagem ressaltam que os crimes, antes cometidos à noite, passaram a acontecer durante o dia, principalmente por volta das 12h.

Em setembro, o número de registros em Samambaia Norte saltou de seis para 26 assaltos. Segundo os dados obtidos pelo Metrópoles, a Quadra 425 é a que tem o maior registro de casos. Até agora, são 72 denúncias. O dia em que os episódios de violência ocorrem com mais frequência é na quinta-feira, das 12h à 0h.

O mês que mais apresentou aumento foi julho, passando de 14 ocorrências para 49, ou seja, 250% a mais. Em agosto, houve uma pequena redução, mesmo assim, 44 assaltos foram computados na ocasião. No entanto, se comparado ao mesmo período de 2018, o aumento é de 131%.

“Os rodoviários estão recusando-se a trabalhar nessa área. Sentem muito medo. Os assaltantes sempre agem armados com facas, com violência. Nós fizemos várias reuniões com a polícia em Samambaia pedindo maior intensificação nas abordagens. Os assaltos, agora, acontecem durante o dia, por volta das 11h às 12h, que é a hora de parada do pessoal do primeiro turno”, detalhou o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, José Wilson.

Questionada sobre a segurança em Samambaia Norte, a Polícia Militar explicou, por meio de nota, que uma das dificuldades enfrentadas pela corporação é de que muitos criminosos são reincidentes. “Mesmo assim, não permanecem presos. Além disso, na região, o acesso a uma mata facilita a fuga dos criminosos”, diz o texto.

Em entrevista ao Metrópoles, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, afirmou que as solturas contribuem para o aumento da sensação de insegurança entre os brasilienses. “A questão de segurança tem solução: prisão e manutenção da prisão. Estamos com um problema muito grave no Brasil, que se prende e solta”, criticou.

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