Ciro sobre reforma da Previdência: ‘Algumas coisas são flagrantemente criminosas’
Para o pedetista, o texto é pouco comprometido com a “cessação de privilégios, que é o verdadeiro problema da Previdência”
O candidato derrotado à Presidência Ciro Gomes (PDT) disse nesta quinta-feira (21) que a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro tem “algumas coisas flagrantemente criminosas”.
“Reduzir os benefícios da Loas para um senhor de 70 anos, ou uma senhora de 65 anos, que está doente, de um salário mínimo para R$ 400 é um crime intolerável”, exemplificou.
Ainda segundo o pedetista, “a evolução abrupta na idade mínima desconsidera o Brasil real”. “É só perguntar a qualquer pessoa; não precisa ser um grande técnico. É razoável que alguém que trabalhe no ar-condicionado, de gravata, tenha a idade mínima igual à de um trabalhador rural, que saiu cinco e meia da manhã com a enxada nas costas, e que não tem expectativa de vida maior que 66 anos, como é o caso do Maranhão?”, questionou.
O ex-ministro ainda criticou as regras para aposentadoria de professores. “Um professor ficar 40 anos dando aula para ter aposentadoria integral, ainda obedecendo a idade mínima: isso não existe em lugar nenhum do mundo”, declarou.
Para Ciro, o texto é pouco comprometido com a “cessação de privilégios, que é o verdadeiro problema da Previdência”.
“Cadê os militares? Claro que eles são uma carreira à parte, têm peculiaridades, e eu respeito mais do que ninguém porque reconheço a importância. […] Mas repare bem: hoje os militares custam R$ 47 bilhões à Previdência e recolhem R$ 4 bilhões. Portanto, o maior buraco relativo da Previdência é dos militares”, defendeu.