MPF abre investigação e dá 10 dias para governo Bolsonaro explicar monitoramento de opositores

Procedimento busca verificar a existência de elementos que que indiquem “cerceamento de pensamento” de cidadãos e profissionais’

André Mendonça, ministro da Justiça, e o presidente Bolsonaro (Foto: Divulgação/AGU)
André Mendonça, ministro da Justiça, e o presidente Bolsonaro (Foto: Divulgação/AGU)

 

O procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas pediu à Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que, em até dez dias, preste informações sobre a ação do órgão de investigar e produzir relatórios sigilosos a respeito de opositores políticos do presidente Jair Bolsonaro –entre eles um dossiê contra 579 servidores federais e estaduais da área de segurança e professores identificados como integrantes do ‘movimento antifascismo’.

O relatório de inteligência sigiloso foi revelado pelo jornalista Rubens Valente, do UOL. Na lista de investigados, constam servidores da área da segurança, como policiais, e da docência de todas as regiões do País.

O pedido de informações foi feito após o procurador instaurar notícia de fato para buscar informações preliminares sobre ação da Seopi, que foi criada na gestão do ex-juiz Sérgio Moro com a missão de integrar operações policiais contra o crime organizado, redes de pedofilia, homicidas e crimes cibernéticos.

De acordo com o o jornal o Estado de S. Paulo, as atribuições do órgão, no entanto, passaram por mudanças após a nomeação de André Mendonça como ministro da Justiça, no dia 28 de abril deste ano.

Depois de tomar posse, o ex-AGU nomeou um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal para comandar a secretaria e, cerca de um mês depois, teria solicitado uma investigação completa de movimentos que poderiam colocar em risco a ‘estabilidade política do atual governo’.

Em nota, a Procuradoria indicou que o procedimento busca verificar “a existência de elementos que indiquem uma atuação estatal de eventual cerceamento ou limitação da livre expressão do pensamento de cidadãos e profissionais”, por meio do dossiê elaborado pelo Seopi.

Fonte:Bahia-BA

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