Conheça o Maithuna, ritual tântrico que promete orgasmos longos e intensos

Tiago Brumatti, terapeuta tântrico, explica o passo a passo desse ritual e como ele pode melhorar a vida sexual.

Casal em cima da camaREPRODUÇÃO/ FREEPIK

Você já ouviu falar em Maithuna? No idioma sânscrito, esse é um termo usado no tantra para definir a união sexual num contexto ritualístico. Sim, “união sexual” em vez de simplesmente “sexo”, porque os parceiros se conectam não só fisicamente, mas energeticamente e espiritualmente nessa vivência.

Segundo Tiago Brumatti, terapeuta tântrico e diretor do Paraíso Tantra – Centro Especializado em Massagem Tântrica, a prática visa não só a satisfação do corpo, mas melhorias no estilo de vida como um todo. “Assim como massagens tântricas e rituais do tantra, o passo a passo do Maithuna envolve autoconhecimento e muito prazer”, conta.

Ele diz que as pessoas que praticam normalmente desenvolvem uma maior facilidade para chegar ao orgasmo por conta de se conhecer e compreender melhor o parceiro. “Não conheço ninguém que fez e não conseguiu chegar ao ápice. E, normalmente, depois das sessões, há uma melhoria drástica na vida sexual”, pontua.

Confira como funciona na prática:

O Maithuna pode levar horas ou dias

Tiago explica que a duração varia conforme as filosofias e escolas tântricas, que vão das mais tradicionais às modernas. “Em geral, a cerimônia demora cerca de duas horas ou pode prosseguir por 21 dias, no caso de etapas mais complexas que incluem cuidados com o sono e a alimentação. O ideal é fazer tudo sem pressa e com 100% de dedicação”.

O ritual é composto por outros ritos

Meditação, Pranayamas (respirações específicas), posturas de ioga, recitação de mantras (sons sagrados), invocação de divindades e visualização de yantras, diagramas de linhas e cores que representam o cosmos. “Mudras, posições feitas com as mãos que nos permitem entrar em sintonia com certas frequências energéticas, também fazem parte do pacote”, complementa.

E também é formado por diferentes práticas

O Maithuna é uma espécie de auge ou grand finale dessas experiências – isso não exclui a possibilidade de as pessoas sentirem muito prazer durante o processo. “O clímax nem sempre envolve ejaculação, mas os chamados orgasmos “secos”, mais potentes. Para a mulher, a onda de êxtase é intensa. Entre os estágios fundamentais estão as massagens Yoni, direcionada à vulva , e a Lingam, voltada ao pênis. Não se trata de masturbação, mas de estímulos mais completos e que visam o autoconhecimento”, frisa.

Os envolvidos assumem papéis

O especialista explica que homem encarna o deus Shiva e a mulher, Shakti (sua contraparte feminina), unidos em Purusha (a consciência cósmica). A prática eleva a Kundalini, a energia vital que todo ser humano carrega dentro de si segundo a tradição hindu e que percorre o corpo como se fosse o movimento de uma serpente.

O ambiente é importante

Seja no chão forrado de edredons ou na cama arrumada com lençóis limpos e macios, o cenário é um ponto crucial do Maithuna. “Tapeçarias, cortinas, óleos aromáticos, velas e imagens de Shiva e Ganesha costumam fazer parte da ambientação. Cores também são primordiais, em especial o vermelho e o laranja, estimulantes. O local também pode ter plantas, flores e música”, indica o expert.

Massagem para despertar os sentidos

De acordo com o terapeuta, outra técnica significativa é a sensitive, também conhecida como massagem tântrica. Sua função é trabalhar o sentido do tato. “O casal, simultaneamente, deve passar as pontas dos dedos devagarinho pelo corpo um do outro. A proposta é percorrer cada zona erógena sem pressa e sentir regiões que costumam ser negligenciadas durante as preliminares”.

Olhos abertos, boca fechada

A troca de olhares – que deve durar no mínimo 10 minutos, com um sentado diante do outro – é um dos pilares básicos do sexo tântrico e tem papel importante no Maithuna para fortalecer o vínculo afetivo. “Palavras não costumam ser pronunciadas durante o ritual. A ideia é estarem conectados pelo sentir, sem muita fala”.

Respiração conectada

É mais uma forma de promover a ligação do ar. O ponto de partida é o abraço tântrico, posição também chamada de Yab Yum. O homem se senta com as pernas cruzadas e a mulher se posiciona em seu colo, envolvendo o quadril dele com suas pernas. É importante que passar algum tempo assim posição sem que haja penetração. “O ar expirado pelo homem é inspirado pela mulher e vice-versa, formando uma respiração circular”, ensina Brumatti.

O homem também deve se movimentar para frente e para trás, em círculos. Os batimentos cardíacos também se regulam. Segundo os preceitos do Tantra, a Yab Yum trabalha as polaridades feminina e masculina, aumentando o vínculo do casal. Essa etapa da respiração conjunta deve durar uns 15 minutos.

A penetração “passiva” é o último estágio do ritual

Existem várias posições sexuais, sendo que na maioria delas a mulher fica por cima ou na frente do homem. “A penetração passiva funciona assim: a mulher introduz o pênis do parceiro em seu canal vaginal e se encarrega de fazer as contrações. Nessa hora, dominar a técnica do pompoarismo pode fazer uma boa diferença, pois os movimentos são mais amplos e fortes”, conta.

O homem permanece quieto por um tempo, desfrutando as sensações. Quando o corpo feminino estiver pronto, lubrificado naturalmente, o parceiro pode se mexer com ele. “Só que será diferente: em vez do ‘soca-soca’ do sexo convencional, o Tantra ensina a fazer movimentos mais lentos e suaves. Todos os pontos internos da vagina são massageados e o clímax é arrebatador”, promete.

Fonte: Metrópoles

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