Delegada da PF que pediu busca no Planalto foi afastada de Operação

Ação investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.

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Foto: Divulgação/PR

 

A delegada da Polícia Federal, Denisse Ribeiro, foi afastada do comanda da Operação Lume após ter pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para o cumprimente da mandados de busca e apreensão no Palácio do Planalto, sede do governo federal.

O pedido seria para a realização da segunda fase da operação, que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, foi feito em 25 de junho de 2020. De acordo com o Uol, os alvos seriam a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, que funciona dentro do Planalto e tem repartições na Esplanada, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, os endereços do secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e um canal bolsonarista no YouTube.

Ainda segundo o site, cinco dias depois, outro delegado, Fábio Shor, pediu ao STF buscas nas três agências de publicidade com contratos com a Presidência: Artplan, Calia e NBS-PPR, com o objetivo de buscar provas de que agentes públicos distribuíram verbas do governo para canais bolsonaristas que incitavam movimentos na internet e nas ruas pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo e a volta da ditadura militar e do AI-5 (Ato Institucional número 5), o mais duro dos anos de repressão.

Alguns dias depois, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu com André Mendonça, então ministro da Justiça (pasta na qual a PF está alocada), no dia de 2 de julho. Em 6 de julho, Mendonça se encontrou com o então diretor-geral da PF, Rolando Alexandre Souza. Após esses encontros o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Igor Romário, transferiu, por ordem de Souza, a investigação do setor de Denisse para o Sinq (Serviço de Inquéritos), órgão que também funciona na sede da PF. A justificativa oficial da direção era que só o Sinq poderia conduzir investigações (o SPE, onde Denisse estava lotada, é um setor administrativo e de planejamento).

A pedido da corporação, a policial fez um relatório parcial das investigações que incluía, também, a informação sobre sua saída. O documento foi remetido ao relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes. Àquela altura, porém, já existia uma ordem do próprio ministro do STF para que ela e outros delegados fossem mantidos no inquérito dos atos antidemocráticos. Ela retomou as investigações na noite do dia seguinte, 10 de julho depois da objeção da Corregedoria da PF. As buscas nunca foram realizadas.

Fonte: Bahia-BA

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