Em entrevista: Psicóloga detalha avanço do abuso em relacionamentos amorosos

 

De acordo com Mônica Aguiar, ações que parecem “banais” podem levar ao feminicídio caso não sejam interrompidas desde o início.

#MetaAColher: Psicóloga detalha avanço do abuso em relacionamentos amorosos

Foto: Reprodução/YouTube Portal Metro1

Em entrevista ao programa Sintonia, na Rádio Metropole, a terapeuta de casal Mônica Aguiar detalhou como perceber que um relacionamento amoroso é abusivo. De acordo com ela, é preciso se atentar a alguns fatores desde o início da relação para evitar que a violência chegue a um extremo — em alguns casos, a morte.

“A primeira coisa que temos que perceber é o seguinte: se você faz algo que não teria vontade de fazer a pedido de outra pessoa ou deixa de fazer algo que teria vontade de fazer a pedido de outra pessoa, aí já começa o abuso. Ele vem muito pequenininho, às vezes com as coisas que parecem até banais”, explica.

A partir daí, é preciso ligar o alerta e estabelecer limites, ressalta Mônica. “Isso vai crescendo, porque se você vai permitindo que a pessoa vá sempre ditando quais são as regras que valem para o seu desejos, seus quereres, essa relação costuma ser abusiva”, diz.

Ao decorrer de uma relação do tipo, o abuso cresce “até que aquela violência, que antes era psicológica, vai se tornando maior, uma violência física, até levar ao extremo”, alerta, indicando que o feminicídio tem um caminho anterior até chegar nele.

Este caminho, porém, não é facilmente identificável para quem vive o relacionamento abusivo, explica Mônica. “A pessoa que hoje se envolve dentro de um relacionamento amoroso abusivo já foi abusada desde a infância — e aqui não me refiro apenas ao abuso sexual, mas ao psicológico. Geralmente são pessoas que foram negligenciadas pelos seus pais ou cuidadores. Isso vai fazer com que essa pessoa tenha criado na sua mente que relacionamentos como um todo são sempre desta natureza”, expõe.

Diante disso, ela ressaltou a importância de campanhas que levem ao público a discussão sobre o tema. “É muito importante. Na minha geração, o que ouvíamos era em ‘em briga de marido e mulher, não se mete a colher’, então o marido e mulher que tinham que resolver entre eles, mas, muitas vezes, essas brigas traziam violência não só psicológica, como física, e levavam também à morte”, explicita.

Fonte: Metro 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Users online: