Fiocruz diz que, sem vacina, morte de grávidas será 4 vezes maior que em 2020
653 gestantes e mães de recém-nascidos (puérperas) morreram após complicações do coronavírus entre janeiro e abril deste ano.
Ao menos 653 grávidas e mães de recém-nascidos (puérperas) morreram em decorrência de Covid-19 entre janeiro e abril deste ano. O número ultrapassou os óbitos maternos pela doença em todo o ano de 2020, que foi de 432, segundo dados do IFF/Fiocruz (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira) divulgados em reportagem do portal UOL.
À publicação, o obstetra Marcos Nakamura, pesquisador do instituto, alertou: se nada for feito em relação a esse cenário, o número de óbitos de gestantes e puérperas até dezembro pode ser de três a quatro vezes maior do que em 2020
Segundo ele, o perfil dos casos mudou de um ano para cá.”Quando avaliamos a letalidade, ou seja, a relação entre mortes e infectados, percebemos que piorou neste ano para toda a população. Para gestantes e puérperas, mais do que dobrou”, explica. “Em 2020, no pico da pandemia, a taxa era de 9%. Em abril, foi de 20%.”
60% das mães que morreram em 2021 não tinham comorbidades, diz reportagem
O Ministério da Saúde incluiu grávidas e puérperas no grupo prioritário do PNI (Plano Nacional de Imunizações) apenas no final de abril, mas, no dia 11 de maio, mudou a orientação para que apenas aquelas com comorbidades sejam imunizadas, após a morte de uma gestante que poderia estar relacionada à vacina da AstraZeneca/Oxford.
De acordo com a reportagem do UOL, levantamento do IFF/Fiocruz mostra, no entanto, que 60% das gestantes e mães que morreram em 2021 não tinham nenhuma doença preexistente. Segundo Nakamura, um dos médicos responsáveis pelo monitoramento das mortes maternas feito pelo instituto desde o início da pandemia, a gravidez por si só já é um fator de vulnerabilidade para a mulher, aumentando a chance de complicações da Covid-19.
Fonte: Bahia-BA