“Hackers de juízes não vão interferir na missão”, diz Moro no Twitter
O ministro avaliou que o trabalho de redução da criminalidade seria ampliado caso o seu pacote anticrime fosse aprovado
“Hackers de juízes, procuradores, jornalistas e talvez de parlamentares, bem como suas linhas auxiliares ou escândalos falsos não vão interferir na missão”, publicou o ministro. A frase veio junto de uma série de análises que Moro fez de dados do Sinesp, que são estatísticas criminais baseadas em boletins de ocorrência estaduais e distrital, que mostram queda em crimes como estupro (-7%), furto de veículo (-10,9%), homicídio doloso (-23%), entre outros.
Em uma sequência de ao menos três publicações, Moro destaca ainda a importância, para que o volume de crime continue caindo, da aprovação do chamado “pacote anticrime”, que ele enviou ao Congresso no começo do ano. “Ajudaria a aprofundar a queda [dos crimes] a aprovação do projeto anticrime, mas respeitamos a prioridade da Nova Previdência”, destacou.
Moro, nessa terça-feira (11/06/2019), foi alvo de pedidos de convocação no Senado e na Câmara. Ficou acertado que, no dia 19, ele prestará esclarecimentos aos senadores sobre as conversas vazadas. Na sequência, no dia 26, será a vez dos deputados interrogarem o ex-juiz.
Vazamento
As mensagens divulgadas pelo site The Intercept na noite de domingo (09/06/2019) mostram uma suposta interferência do então juiz da Operação Lava Jato, Sergio Moro, nas investigações da força-tarefa.
O atual ministro da Justiça e o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, teriam trocado colaborações durante as investigações. A publicação afirma ter uma série de mensagens privadas, gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais.
Em conversas entre Moro e Dallagnol, o magistrado teria sugerido ao procurador que trocasse ordem de fases da Lava Jato, cobrado agilidade em novas operações, dado conselhos estratégicos e pistas informais de investigação e recomendado recursos ao Ministério Público.