Laudo revela que Rhuan levou 12 facadas e foi degolado vivo

Barbárie foi cometida pela própria mãe e a companheira em Samambaia. Elas estão presas, serão indiciadas e podem pegar até 57 anos de cadeia

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O resultado do laudo cadavérico detalha a crueldade com que Rhuan Maycon da Silva Castro, 9 anos, foi assassinado em Samambaia. De acordo com a Polícia Civil, o menino levou 12 facadas, sendo uma no peito enquanto dormia. Assustada, a vítima ainda se levantou e ficou ajoelhada ao lado da cama. Em seguida, levou mais 11 golpes desferidos por Rosana Auri da Silva Cândido, 27 anos, sua própria mãe, no dia 31 de maio.
O laudo apontou ainda que, quando a cabeça de Rhuan foi arrancada, os sinais vitais do menino ainda estavam presentes. Segundo a PCDF, enquanto a mãe começava a esquartejar o corpo, a companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28, acendia a churrasqueira. Ela teria segurado o garoto durante o esfaqueamento.

A ideia das criminosas, segundo o delegado adjunto da 26ª DP (Samambaia), Guilherme Melo, era assar as partes do corpo, fazendo com que a carne se desprendesse dos ossos. As mulheres chegaram a comprar um martelo com a intenção de triturar os ossos do menino.

De acordo com o médico-legista Christopher Diego Beraldi Martins, a mãe retirou toda a pele do rosto da criança, que seria colocada na churrasqueira e jogada em um vaso sanitário. Para tornar o corpo ainda mais irreconhecível, a própria mãe também tentou retirar, com a faca, os globos oculares de Rhuan.

As acusadas, que estão presas e isoladas no Presídio Feminino do DF, serão indiciadas nesta terça-feira (11/06/2019) por homicídio duplamente qualificado, pelo motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima; lesão corporal gravíssima, por terem mutilado Rhuan– elas deceparam o pênis e os testículos do menino há dois anos; tortura, por ter provocado o suplício de uma criança, que sofria dores intensas e uma dificuldade enorme para urinar; ocultação de cadáver, pelo fato de terem tentado se livrarem das partes do corpo; por último, fraude processual, uma vez que tentaram limpar a cena do crime, lavando os cômodos da casa. Se condenadas, podem pegar 57 anos de prisão.

A polícia acredita que os órgãos do menino podem ter sido usados em algum tipo de ritual macabro, uma vez que nunca foram encontrados. A dupla alegou que o crime foi cometido porque o garoto queria se tornar menina, por isso a castração de forma caseira e artesanal. E também pelo fato de Rhuan ter sido supostamente fruto de um estupro cometido pelo ex-marido da autora. “Ela alegou que, por isso, tinha ódio do filho”, disse o delegado. Porém, o policial explicou que, em diligência em Rio Branco (AC), não encontrou indícios de que esse crime tenha ocorrido no passado.

A barbárie foi presenciada pela filha de Kacyla. Uma semana depois de reencontrar o pai, Rodrigo Oliveira, a menina de 8 anos tem apresentado evolução no relacionamento familiar. Os dois não se viam há cinco anos. A separação foi forçada pela mãe, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, mulher que confessou ter auxiliado Rosana Auri da Silva Candido a cometer o crime.

O processo de reaproximação está sendo feito no Distrito Federal. De acordo com a conselheira tutelar Cláudia Regina Carvalho, a volta para Rio Branco (AC), onde o pai vive, ainda não é possível neste momento. “Continuamos trabalhando o vínculo afetivo. Ela já consegue abraçar o pai, mas ainda há uma resistência à figura masculina”, explica.

O homicídio ocorreu na noite de 31 de maio, na QR 619 de Samambaia Norte, onde o casal morava. Perícia feita no

imóvel mostra que a assassina confessa e a companheira organizaram malas e documentos antes do assassinato. A polícia acredita que as duas pretendiam fugir após o crime.

Rhuan e a filha de Kacyla não eram vistos nas redondezas de onde residiam. Quando ajudava a tirar o lixo da casa ou precisava pegar alguma coisa no varal, a menina de 8 anos fugia de qualquer tentativa de interação com adultos e crianças da rua. A investigação aponta que as duas tinham receio de que qualquer um dos menores contasse algo sobre a rotina ou o passado delas.

A mãe vestia Rhuan de menina há pelo menos um ano, quando o casal teria mutilado o órgão genital do garoto com a justificativa de realizar uma cirurgia caseira de mudança de sexo. “A gente acredita que elas não deixavam os meninos irem à escola havia cerca de dois anos, com medo de alguém descobrir sobre essa cirurgia”, disse o delegado Guilherme Sousa. Outra razão era o fato de ambas serem procuradas pelas famílias paternas de seus filhos, pois teriam violado um acordo judicial de guarda compartilhada e fugido com as crianças para viver na clandestinidade.
Fonte: Metrópoles

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