Índios dizem que filha adotiva de Damares foi levada irregularmente

Em entrevista, ministra já admitiu que adoção nunca foi formalizada legalmente

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os índios da aldeia Kamayurá, no centro da reserva indígena do Xingu, no norte do Mato Grosso, disseram à revista Época que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, levou sua filha adotiva,  Kajutiti Lulu Kamayurá, à época com seis anos, irregularmente da tribo.

Damares apresenta Lulu, hoje com 20 anos, como sua filha adotiva, mas a adoção nunca foi formalizada legalmente, conforme a própria ministra já admitiu em entrevista à TV Globo.

De acordo com os índios, Lulu deixou a aldeia levada pela amiga e braço direito de Damares, Márcia Suzuki, com o pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade, mas nunca mais voltou. Márcia fundou, junto com Damares, a ONG Atini, cuja bandeira é salvar crianças indígenas do infanticídio. “Márcia veio na Kuarup (festa tradicional em homenagem aos mortos), olhou os dentes todos estragados (de Lulu) e falou que ia levar para tratar”, contou Mapulu, pajé kamayurá e irmã do cacique.

Em resposta a questionamentos da revista, a ministra afirmou que a família biológica da filha adotiva a visita regularmente. Perguntada porque a criança não voltou à aldeia após o tratamento dentário, Damares disse que Lulu retornou ao Xingu para visitas. “Ela deixou o local com a família e jamais perdeu o contato com seus parentes biológicos.” Os índios, por sua vez, dizem que a primeira visita de Lulu só aconteceu há cerca de dois anos. A questão sobre não ter adotado formalmente a menina foi ignorada pela ministra.

Fonte:Bahia.ba

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