Foto: Reprodução/JFPR

Juiz Luiz Antônio Bonat

O juiz federal Luiz Antônio Bonat não gosta de holofotes. Mais antigo da lista de magistrados inscritos para ocupar a vaga de Sérgio Moro, como titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba, Bonat assumirá o posto e os processos da Operação Lava Jato – se não desistir até esta quinta-feira, 24, prazo final – em fevereiro. É quando o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) – que abrange Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – oficializa a mudança. Bonat – como é conhecido entre os colegas – é titular da 21.ª Vara Federal, em Curitiba. Você pode nunca ter ouvido falar do nome, mas o juiz é figura das mais conhecidas e respeitadas a Justiça Federal do Paraná. Magistrado há 25 anos, Bonat foi servidor da Justiça antes de receber a toga, em 1993, nos tempos em que não havia varas especializadas em lavagem de dinheiro, processos eletrônicos, nem divisão de setores criminal e cível. Especialista em Direito Público, Bonat tem experiência na área criminal – apesar de atualmente lidar com outros tipos de processos. Formado em Direito em 1979, atuou na 1.ª Vara Federal de Foz do Iguaçu, na 3.ª Vara Criminal Federal de Curitiba e na 1.ª Vara Federal de Criciúma (SC). É desse período como juiz em Criciúma decisão histórica de Bonat, em que pela primeira vez deu uma condenação criminal contra uma empresa (pessoa jurídica). O caso envolvia extração ilegal em área de preservação ambiental permanente no interior de Santa Catarina e ele condenou criminalmente os donos (pessoa física) e a empresa. “Acontece que os tempos evoluíram e o aperfeiçoamento tecnológico e o sistemático descaso de todos fez com que surgissem novas infrações, decorrentes de agressões ao meio ambiente, inclusive e de modo especial aquelas ligadas às atividades econômicas”, justificou Bonat, à época. Metódico. O futuro juiz da Lava Jato tem perfil distinto de Moro, quando o assunto é relação com a imprensa, manifestações públicas e participação em palestras e eventos. De uma geração mais antiga de magistrados, Bonat é daqueles que “só se manifestam nos autos”. Cerimonioso e metódico, são raras entrevistas e imagens sua. Em 2013, Bonat falou em um vídeo institucional comemorativo dos 45 anos da Justiça Federal no Paraná. “Eu colocaria a Justiça Federal como parte da minha família”, disse.

Fonte:Estadão