Lula volta a criticar sua condenação

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, ontem, em São Bernardo do Campo (SP), após autorização da Justiça Federal no Paraná e, de acordo com relatos, voltou a criticar sua condenação. “Vou provar quem é ladrão neste País e quem não é. Quem me condenou não pode olhar nos olhos dos netos como eu olhava para você”, disse o ex-presidente. Escoltado por policiais federais, Lula – que cumpre prisão em Curitiba pela condenação na Lava Jato – permaneceu no local por cerca de duas horas. Segundo relatos, ele chorou muito, recebeu cumprimentos e prometeu ao neto que provaria sua inocência. “O Arthur foi um menino que sofreu muito bullying na escola, porque era neto do Lula. Por isso, eu tenho um compromisso com você, Arthur, eu vou provar a minha inocência e quando eu for para o céu, eu vou levando o meu diploma de inocente”, afirmou, segundo disseram pessoas presentes no velório. Da cerimônia participaram dois pastores metodistas e um padre católico. Lula consolou o filho Sandro Luis Lula da Silva e a nora Marlene Araújo. No período em que permaneceu no cemitério ainda recebeu, por cerca de meia hora, cumprimentos de mais de cem pessoas e o telefonema do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O celular foi passado pelo ex-secretário da Presidência Gilberto Carvalho. Entre as dezenas de coroas de flores enviadas à família de Lula, havia uma em nome do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Ao deixar o local, Lula subiu no carro da Polícia Federal e acenou a centenas de pessoas que lotavam a entrada do cemitério. Na hora que ele desceu, o delegado da PF disse: “O senhor sabe que não devia ter feito isso.” E Lula respondeu: “O senhor sabe que eu devia.” Sem poder conversar com o ex-presidente ou chegar perto dele, apoiadores rezaram um Pai-Nosso em homenagearam o neto de Lula com gritos de “Arthur presente agora e para sempre”. Também cantaram ‘Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula’ e gritaram ‘Polícia Federal, vergonha nacional’.

Estadão

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