OPINIÃO -Adalberto Vasconcelos Andrade Este é um país que vai pra frente?

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[*] Adalberto Vasconcelos Andrade

“O Congresso não é obrigado a ouvir o povo. Isso aqui não é como um cartório, onde a gente carimba o que o povo está pedindo”. Rodrigo Maia

Quando você ouve uma frase como essa sair da boca do presidente da Câmara Federal – que foi reeleito com o apoio do partido do próprio presidente da República, o PSL -, não há muito o que se esperar dos parlamentares que compõem aquela Casa, salvo raras e corajosas exceções.

Ates do projeto de lei de terceirização ser aprovado pelo Congresso Nacional, o mesmo Rodrigo Maia declarou aos quatro cantos do país que “a Justiça do Trabalho, não deveria nem existir”. Com um palavreado desse, não pode é nem deve ser visto como um político que está preocupado com o povo brasileiro.

O presidente Jair Bolsonaro, que foi eleito com quase 58 milhões de votos, tem como prioridade em seu início de governo a Reforma da Previdência, e acreditou que seria mais viável manter o deputado Rodrigo Maia no comando da Câmara, já que é um dos principais defensores da reforma previdenciária desde o governo do Michel Temer.

Não sei se foi uma boa opção para quem chegou ao poder prometendo o novo. Mas o fato é que Rodrigo Maia foi reeleito e a batata da Previdência foi parar em suas mãos. Aí alguém pode pergunta: e por que as negociações não avançaram durante o governo de Michael Temer, já que o presidente da Câmara era o mesmo?

Por dois motivos simples: primeiro, porque em 2018 ocorreria as eleições, e os parlamentares sabiam e sabem mais do que ninguém que para os trabalhadores e os menos favorecidos a Reforma da Previdência não passa de um “presente de grego”.

E o segundo motivo, e não menos importante, é que a PEC foi planejada originalmente no governo de Michel Temer, que entrou para a história como o presidente com maior taxa de rejeição em todo o mundo.

O fantasma de Michel Temer continua assustando o povo brasileiro através de Rodrigo Maia. Ele é o símbolo da mesmice. E não está sentado naquela cadeira para defender os interesses de milhões de brasileiros, como ele mesmo afirmou no seu “o Congresso não é obrigado a ouvir o povo”. Certamente ele prefere ouvir as bancadas da bala, do boi e da Bíblia.

São muitas promessas e poucos milagres. Sob a batuta do presidente Rodrigo Maia, a Reforma Trabalhista foi aprovada. O Congresso defendia que com a Reforma novos postos de trabalho surgiriam, pela flexibilidade garantida pela própria lei. Uma vez em vigor, a prática provou o contrário. São milhares de empresas fechando as portas, e um exército de 13 milhões de desempregados que só cresce a cada dia.

A Lei da Terceirização (13.429/17), na verdade, foi mais um “presente de grego” dos nossos congressistas para o trabalhador brasileiro. Através dela, nossos representantes desmantelaram tudo o que se construiu em termos de direitos sociais nos últimos 50 anos e, no caso dos direitos trabalhistas, em mais de 70 anos.

Mas o pior está por vir. Se a Reforma da Previdência for aprovada da forma que o governo deseja, será o tiro de misericórdia na esperança de milhões de brasileiros que sonham com dias melhores. Saber que o seu futuro, dos seus filhos e netos está nas mãos de 513 deputados federais e 81 senadores é o pior sentimento que alguém pode ter.

Mas se chegamos a esse estágio, temos que assumir a mea culpa. Fomos nós que colocamos eles lá. Em que direção estamos caminhando? Rumo ao paraíso ou de volta ao Inferno de Dante? Uma vez aprovada a Reforma da Previdência, saberemos. No momento estamos no Purgatório.

[*] É administrador de empresas, policial rodoviário federal aposentado, escritor e colaborador efetivo do Portal JLPolítica.

Fonte: JLPolítica.

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