Oposição tem oportunidade de explorar ‘faltas’ na chapa de Rui; dificuldade é não ser piegas

por Fernando Duarte

Oposição tem oportunidade de explorar 'faltas' na chapa de Rui; dificuldade é não ser piegas

Foto: Divulgação

Com todas as cartas da chapa governista na mesa, a oposição agora tem a bola da vez para tentar apostar nas eventuais “falhas” da composição do governador Rui Costa (PT). O petista optou por uma chapa “O Segundo Sol”, conforme o apelido sugerido nas coxias da política, por excluir representantes negros e mulheres. O pré-candidato a governador José Ronaldo (DEM) tem a oportunidade de apostar nesses dois segmentos nas vagas restantes da própria chapa. No entanto, por mais que opte por um negro e uma mulher para compor a majoritária, sabe-se que a escolha será meramente política e não por força da representatividade dos grupos. A centro-direita – como costuma se apresentar a direita brasileira – não vai além de marionetes políticas quando dá espaço para esses grupos. Um dos exemplos mais clássicos veio da formação da primeira chapa de ACM Neto (DEM) vitoriosa para as eleições de 2012. À época, o então deputado federal tirou da cartola uma aliança com o PV e apresentou a ilustre desconhecida Célia Sacramento para ser vice. Durante quatro anos, a mulher e negra contrastando com ACM Neto foi uma desculpa importante para movimentos sociais, mas não passou de uma justificativa. Célia foi uma vice decorativa, tal qual foi milimetricamente planejado – logicamente a atuação desastrosa dela também contribuiu para que ACM Neto a anulasse. José Ronaldo não avançou nas escolhas da chapa além de Jutahy Magalhães Jr (PSDB) como candidato ao Senado e, no bolão de sugestões, apareceram nomes como Irmão Lázaro (PSC), Ireuda Silva (PRB), Taíssa Gama (PTB) e Bruno Reis (DEM). Os três primeiros conseguiriam abrir margem para que a oposição atacasse a falta de negros e mulheres na chapa de Rui. Se o grupo conseguir se desvencilhar das críticas de que há um aproveitamento barato do espaço dado pelo grupo governista, talvez seja um nicho importante a ser conquistado no processo eleitoral de 2018. Difícil é convencer os eleitores de que representantes da centro-direita conseguiriam incorporar facilmente uma agenda pró-movimento negro e feminista. De fantoches, os brasileiros deveriam estar cansados. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (27) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.

Fonte:Bahia Noticias

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