Resistência à hegemonia do PT fragmenta oposição

Foto: Sebastião Moreira/ EFE

Fernando Haddad discursa durante evento para celebrar os 39 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo

Líderes de partidos de oposição a Jair Bolsonaro estimam ter entre 160 e 180 cadeiras na Câmara. O número seria suficiente para, no limite máximo, barrar a aprovação de emendas à Constituição e inviabilizar reformas. No mínimo, já poderia complicar a vida do governo – que ainda enfrenta dificuldades para montar uma base sólida de apoio na Casa. Isso seria verdade se a oposição estivesse unida, algo que não ocorreu até agora. Disputas pela hegemonia no campo da esquerda – que nos últimos anos esteve sempre nas mãos do PT–, por espaços e postos no Parlamento e diferenças regionais ou de concepção estratégica estão por trás da falta de coesão das esquerdas. Outra forte razão é a perspectiva de candidaturas opostas nas eleições de 2022. A divisão repete o segundo turno da campanha presidencial do ano passado, quando Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede) apoiaram Fernando Haddad (PT), enquanto Ciro Gomes (PDT) resistiu a compor uma frente para enfrentar Bolsonaro. Seu partido acabou oferecendo “apoio crítico” ao candidato petista. A distância se aprofundou durante a disputa pelos cargos da mesa diretora da Câmara. Neste caso, os parlamentares se dividiram quanto ao apoio à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Existe uma diferença de tática sobre como enfrentar Bolsonaro, isso é inegável. No caso de Ciro e do PCdoB, isso se expressou no apoio ao Maia”, disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. Ele vai insistir na proposta de um fórum de presidentes dos partidos, apresentada no início de 2018 e logo abandonada por falta de adesões.

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