Rio de Janeiro registra surto de gripe um mês após flexibilizar o uso de máscaras

A Secretaria de Saúde, no entanto, diz que aumento de casos tem como principal motivo a baixa adesão do carioca à vacinação contra a doença.

Enfermeira aplica dose em paciente
Hugo Barreto/Metrópoles
Rio de Janeiro – Cariocas, uni-vos! O pedido é da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que trabalha em alerta para o aumento do número de casos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B. Isso porque a onda de gripe sazonal frequente no inverno atrasou e, neste ano, chegou para o verão.

Até o prefeito Eduardo Paes se afastou de suas funções nesta quinta-feira (25/11) após descobrir a infecção. O surto é registrado na cidade um mês após a flexibilização da obrigatoriedade do uso de máscaras, resultado do avanço na vacinação contra a Covid. Entretanto, a falta de proteção facial pode ter aberto espaço para a gripe chegar.

Além disso, a baixa adesão da imunização contra a Influenza é vista como o principal motivo para a elevação do número de casos na capital, em especial em áreas de vulnerabilidade social.

“A retirada das medidas de flexibilização, como a volta das aulas presenciais e a retomada de atividades, com alta exposição, associada à baixa imunidade que a população tem neste momento contra estes vírus respiratórios, motiva o aumento de casos”, explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo.

“Durante os últimos dois anos, prevaleceu a circulação do SARS-CoV-2 (causador da Covid-19). Com a queda na circulação do coronavírus, a gripe, por exemplo, voltou a agir e pegou a população desprevenida”, diz.

“O ideal é que a gente chegue a 80% do público alvo vacinado, que são as crianças, as gestantes e os idosos, mas a vacinação está aberta a todos. Temos 300 mil doses em estoque, distribuídas em 280 pontos. E não vai faltar vacina para conter este surto”, garante Soranz.

Até a tarde dessa quarta-feira (24/11), 27 crianças infectadas estavam internadas nas unidades de saúde da Rede SUS da capital. Além disso, nas duas últimas semanas, mais de seis mil casos foram confirmados na cidade, um aumento de 38%.

Outros vírus em circulação

Alberto Chebabo lembra que há, neste momento, outros vírus que causam doenças com sintomas respiratórios, mas que não geram os mesmos quadros da Influenza, com efeitos mais graves e necessidade de internação.

“A cidade registra alta taxa de isolamento de rinovírus, de vírus sincicial respiratório e de adenovírus, por exemplo. As doenças respiratórias estão em alta no país inteiro, com surtos registrados em diversas cidades. Manter a vigilância é necessário”, alerta.

Questionada pelo Metrópoles sobre a relação entre a flexibilização das máscaras e ao aumento dos casos, a Secretaria Municipal de Saúde não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Fonte: Metrópoles

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