Entidade reage a investida de Flávio Bolsonaro: ‘Tentativa de intimidação’

Filho de Jair Bolsonaro acionou Conselho Nacional do Ministério Público para punir promotora responsável por investigação de “rachadinha”

Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/Instagram)
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto: Reprodução/Instagram)

A Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Amperj) reagiu à ação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) contra a promotora Patrícia do Couto Villela, responsável pelas investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) no âmbito das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Reportagem publicada pela revista Veja revela que o filho de Jair Bolsonaro entrou com representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para que seja instaurada sindicância ou processo disciplinar contra a promotora.

O motivo seriam eventuais infrações e possíveis crimes de abuso de autoridade que possam ter sido cometidas quando no cumprimento de mandados de busca e apreensão. De acordo com a Veja, Flávio conseguiu que a promotora Patrícia Villela fosse intimada pelo CNMP a se explicar sobre um suposto arrombamento da porta da franquia Kopenhagen no Shopping Via Parque, em dezembro de 2019. A loja pertence ao senador.

O presidente da Amperj, Ertulei Laureano Matos, e o diretor de Defesa de Prerrogativas, Tulio Caiban Bruno, entenderam a iniciativa como “flagrante tentativa de intimidação”.

“Malsinada investida, conquanto personalizada, representa ataque a todos os membros do Grupo de Combate à Corrupção, bem como à instituição do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, imputando falsamente toda sorte de irregularidades a membros da Instituição – tais como: violação de sigilo, abuso de autoridade e falta de isenção – com o único intuito de desqualificar as investigações que têm evidenciado fatos graves contra a autoridade investigada”, diz a nota.

O senador Flávio Bolsonaro reclamou ainda de vazamentos à imprensa de informações do inquérito. O filho de Jair Bolsonaro pediu ainda que promotores do Gaecc fosse afastados do caso.

As investigações apontam que Flávio Bolsonaro comandava o esquema de “rachadinha’ no seu gabinete entre abril de 2007 e dezembro de 2018, movimentando pelo menos R$ 2 milhões. O ex-assessor do gabinete, Fabrício Queiroz, seria o operador do esquema.

O relatório final está com o subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais e Direitos Humanos, Ricardo Martins, que deve oferecer a denúncia quando o Supremo Tribunal Federal decidir o foro adequado para tramitação do caso.

Fonte: Bahia.ba

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