Mãe de Henry diz que foi drogada por Dr. Jairinho e encontrou menino já na cama

Relato da carta não condiz com o primeiro depoimento da professora, dado à polícia em meados de março.

Foto: Reprodução/TV Band
Foto: Reprodução/TV Band

 

A professora Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, menino de 4 anos de idade que foi morto dentro de casa no início de março deste ano, escreveu uma carta na prisão, contando sua versão sobre o caso.

Na carta divulgada na noite de domingo (25) no Fantástico, da TV Globo, ela conta que foi drogada pelo vereador Dr. Jairinho na madrugada em que seu filho faleceu após ter sofrido agressões.

Monique disse que naquele dia 8 de março colocou o menino para dormir após ele acordar três vezes. Quando o casal cansou de assistir a uma série, por volta da 1h30, o vereador disse para irem para o quarto dormir.

“[Ele] ligou a televisão num canal qualquer, baixinho, ligou o ar condicionado, me deu dois medicamentos que estava acostumado a me dar, pois dizia que eu dormia melhor, mas eu não o vi tomando. Logo, eu adormeci”, escreve ela no documento.

E continua: “De madrugada, ele me acordou dizendo para eu ir até o quarto, que ele pegou o Henry no chão, o colocou na cama e que meu filho estava respirando mal. Fui correndo até o quarto, meu filho estava de barriga pra cima, descoberto, com a boca aberta, olhos olhando para o nada e pensei que tivesse desmaiado.

O relato da carta não condiz com o primeiro depoimento da professora, dado à polícia em meados de março. Na ocasião, ela dise que tinha visto o menino caído no chão primeiro, chamando Jairinho, que teria tomado remédios para dormir.

Ela explica a contradição na carta dizendo que havia sido orientada anteriormente. “Fui treinada por dias para contar uma versão mentirosa por me convencerem de que eu não teria como pagar por um advogado de defesa e que eu deveria proteger o Jairinho, já que ele se diz inocente”, afirma.

Além de mudar sua versão, Monique também fez graves acusações contra o vereador, discorrendo sobre situações em que foi agredida, chegando a ser enforcada pelo ex-namorado por crises de ciúmes, segundo informações da Folha.

Acusa Jairinho também de mantê-la drogada. Alega que começou a ter crises de ansiedade e que ele começou a lhe receitar ansiolítico e remédio para dormir. Ela narra que começou a notar que nas suas taças de vinho “sempre havia um ‘pozinho’ branco no fundo. “Um dia fui ao banheiro e quando voltei, peguei ele mascerando um comprimido dentro da minha taça”.

Em certa ocasião, afirma que tentou se trancar no quarto mas ele veio atrás e a jogou na cama. ​Monique afirma ainda que tentava “a todo custo” se desvincular do político, mas ele ameaçava ela e seus familiares: “Eu não sabia, mas estava sendo manipulada durante todo o tempo em um relacionamento que me oprimia e eu não sabia como sair. Meus pais são pessoas boas, humildes, com caráter, mas não têm outro lugar para ficar. Temo pela vida deles!”.

Monique escreveu a carta de dentro do Hospital Penitenciário em Bangu, onde está internada com Covid-19.

Fonte: Bahia-BA

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