PF cumpre mandados de busca e apreensão contra ex-governador de Goiás

Ex-gestor é alvo na Operação Decantação 2, que apura fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago)

[PF cumpre mandados de busca e apreensão contra ex-governador de Goiás]
Foto : Reprodução/TV Anhanguera

Por Juliana Almirante

A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira (28), mandados de busca e de prisão na Operação Decantação 2, que apura fraude em licitações e desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). O ex-governador José Eliton (PSDB) é alvo de mandados de busca e apreensão.

De acordo com a PF, empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos são investigados por envolvimento pelos desvios, cometidos entre os anos de 2012 e 2016.

A ação cumpre cinco mandados de prisão temporária e oito de busca, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.

Segundo a polícia, os desvios no governo ocorreram na gestão de José Eliton, que ficou no lugar de Marconi Perillo quando ele se desincompatibilizou para concorrer à eleição de 2017.

Os mandados judiciais também envolvem sequestro de 65 imóveis, avaliados em R$ 35 milhões de dois servidores da Saneago. Três empresas, de mesmo dono, foram beneficiadas em contratos, segundo a PF.

A ação é decorrente da análise de materiais apreendidos na Operação Decantação, deflagrada em 2016, que desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da companhia.

Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à Saneago era repassada para o chefe de gabinete do então governador do estado. Foi apurado ainda que o ex-governador teria utilizado, por diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos.

Há indícios de que as empresas também eram utilizadas para lavagem de dinheiro, uma vez que ficou comprovada transferência de valores na ordem de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.

Os envolvidos devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de demais implicações penais ao final da investigação.

O nome Decantação faz alusão a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos.

Fonte:Metro 1

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